Giro de Tendências 18 | O Brasil que o Brasil quer ser: reputação como estratégia de país

Estudo revela como o Brasil é visto e por que é hora de assumir o protagonismo como potência socioambiental.

“O Brasil vive entre o passado que não se resolve e o futuro que nunca chega.”

Qual é o Brasil que o Brasil quer ser?

Um estudo inédito revela a imagem que o nosso país tem lá fora. E, mais importante: como o Brasil quer ser visto.

A autoimagem molda decisões econômicas, cria políticas, inspira movimentos ou paralisa tudo.

O Giro de Tendências, quadro da Vedere Marketing, está de volta para mergulhar num dos temas mais estratégicos do nosso tempo: a construção da reputação do Brasil como potência global.


O que é imagem de país e por que ela importa

A imagem de um país é a percepção coletiva que as pessoas, dentro e fora, têm sobre quem somos.

Essa imagem não se cria por decreto. Ela se constrói com o tempo. Com base no que o país faz, no que comunica, no que representa.

E sim, isso importa muito.

Porque a forma como o Brasil é visto lá fora afeta diretamente as nossas chances aqui dentro.

Afeta o turismo, o câmbio, os acordos comerciais. Afeta o mercado.

É por isso que países sérios tratam imagem como estratégia. E não como perfumaria.

Em março deste ano, um grupo ligado à Presidência da República entregou um relatório propondo uma agenda nacional para cuidar da nossa imagem internacional.

A proposta veio da Comissão Temática de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, parte do CDESS, o Conselhão.

Eles apontaram que, com o Brasil sediando a COP30, chegou a hora de alinhar discurso e prática. De usar a liderança ambiental como alavanca para algo maior.

Cuidar da reputação do Brasil não é só missão do Itamaraty ou do marketing governamental. É responsabilidade coletiva.

Porque a forma como o mundo nos enxerga e, principalmente, como nós nos enxergamos, afeta tudo:

  • Negócios;
  • Investimentos;
  • Atração de talentos;
  • E até as exportações.

Marcas cuidam da própria reputação. Países também deveriam. E o Brasil, finalmente, parece disposto a fazer isso com método, com intenção.


A reputação simpática (e rasa) do Brasil no mundo

No caso do Brasil, a pesquisa mostra que nossa reputação internacional é simpática.

Cada país se destaca por um traço de personalidade. Confiável, criativo, amigável…

E o Brasil é visto como divertido, ao lado de Espanha e Itália.

De um ponto de vista de mercado global, em que países competem entre si, a gente fica à frente de todos os países da América Latina. Mas ainda abaixo de países como Japão, Canadá e uma avalanche de países europeus.

Se lá fora nos veem como o país da alegria, o que de fato atrai os visitantes?

Segundo o estudo, os maiores geradores de interesse para visitar o Brasil são:

  • Nosso jeito acolhedor;
  • A biodiversidade;
  • A promessa de aventura;
  • E as culturas tradicionais.

Tudo isso ainda funciona, mas também é tudo muito esperado. E se a gente virasse o jogo e mudasse a narrativa?


O Brasil como potência socioambiental

O mundo, por tanto tempo guiado pela lógica das potências econômicas ou militares, agora precisa de outro tipo de força: uma potência ambiental.

Capaz de preservar, regenerar e liderar acordos globais para um futuro sustentável.

O Brasil tem vocação pra isso. Tem território, tem biodiversidade, tem matriz energética limpa.

Mas reconhecer esse potencial não basta. Pra virar realidade, esse protagonismo precisa ser sustentado por dentro.

Com políticas públicas sérias. Com compromisso no enfrentamento do racismo, das desigualdades, da violência, da exploração ilegal.

Potência ambiental não se constrói só com floresta de pé. Se constrói com gente de pé.

Sem justiça social, qualquer narrativa verde vira marketing vazio.

Sem colocar as pessoas no centro, especialmente as que mais vivem esse território, nenhum plano ganha legitimidade.

O Brasil tem tudo pra ser essa potência. Mas precisa agir como tal.


E como o brasileiro enxerga o Brasil?

O estudo também investigou a nossa autoimagem, ouvindo tanto a população quanto conselheiros e lideranças de diversos setores.

Gente como:

Gente da ciência, do ativismo, da cultura e da economia.

Todos apontam o mesmo caminho: o Brasil precisa decidir que imagem quer projetar. E precisa fazer isso com intencionalidade.

A primeira coisa que salta aos olhos é o sentimento.

Mais de 45% dos brasileiros dizem que o que sentem pelo Brasil é esperança.

Mesmo diante das dificuldades, da desigualdade, da frustração, que também aparecem nos dados, a esperança ainda resiste.

Mas essa esperança tem um risco: ela pode ser passiva. Ficar esperando que alguém resolva.

Para sair desse lugar, o estudo propõe dois movimentos.


Da promessa ao protagonismo

O estudo propõe dois movimentos fundamentais:

1. Romper com o “complexo de vira-lata”.
Reconhecer que o Brasil tem o que o mundo precisa. E parar de contar a própria história como se fosse só dor. Não se trata de ignorar os problemas. Mas de não se deixar definir só por eles.

2. Assumir o papel de liderança como potência socioambiental.
Não só pela Amazônia ou pelos nossos biomas. Mas pela combinação única entre natureza, gente e cultura.

Num mundo tomado por guerras e tensões geopolíticas, o Brasil é visto, interna e externamente, como um país pacífico, aberto ao diálogo.

Mas falta transformar isso em influência real.


Caminhos estratégicos para uma liderança global

Para se consolidar como liderança socioambiental, o Brasil precisa transformar vocação em estratégia.

O estudo propõe três caminhos:

  1. Atualizar a narrativa.
    Mostrar que o Brasil é muito mais do que floresta e futebol. É inovação, é diversidade, é cultura viva.
  2. Integrar imagem e reputação à estratégia de Estado.
    Tratar comunicação não como apêndice, mas como pilar.
  3. Criar alianças.
    Com quem empreende. Com quem preserva. Com quem comunica.

Reputação se constrói em rede.


Que histórias queremos contar?

O estudo propõe algumas narrativas para reposicionar a imagem do Brasil:

  • “Brasil, o país não do futuro — do presente.”
  • “O Brasil tem o que o mundo precisa.”
  • “O Brasil que conversa com os mundos.”
  • “Brasil, berço da inovação.”
  • “Jeitinho não. Jeito brasileiro.”

E exemplos de mensagens institucionais:

  • “País que trabalha pela vida.”
  • “A serviço da vida.”

Na minha visão, esse relatório é um belo exemplo de como um estudo sólido pode virar um plano de comunicação e marketing.

De verdade, eu fiquei muito entusiasmado lendo o material, porque tem tudo a ver com a nossa metodologia de trabalho na Vedere:

  • Pesquisar;
  • Entender cenário de mundo, de Brasil, de mercado;
  • E a partir disso, traçar estratégia.

Vale a leitura e vale a reflexão, porque um país também se move a partir das histórias que escolhe contar sobre si mesmo.


Post escrito por Felipe Figueira, CEO da Vedere Marketing.
Na Vedere, transformamos dados e contextos em estratégias vivas, que posicionam, conectam e geram valor.

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